Ampliação
do tempo de escolaridade de oito para nove anos impôs importantes
questionamentos sobre a prática de alfabetização. O que ensinar às
crianças de seis anos? Que conhecimentos essas crianças precisam
construir? Que habilidades precisam desenvolver? Que atividades realizar
na escola para que alcancem as habilidades desejadas?
Já
dizia Paulo Freire (2001) que aprender a ler e a escrever é aprender a
ler o mundo, compreender o seu contexto numa relação dinâmica vinculando
linguagem e realidade e ser alfabetizado é tornar-se capaz de usar a
leitura e a escrita como meio de tomar consciência da realidade e de
transformá-la.
Ao
longo dos anos a alfabetização tem sido alvo de inúmeras controvérsias
teóricas e metodológicas, exigindo que a escola e, os educadores se
posicionem em relação às mesmas, construindo suas práticas a partir do
que está sendo discutido no meio acadêmico e transposto para a sala de
aula a partir de suas reinterpretações e do que é possível e pertinente
ser feito.
Essas
mudanças nas práticas de ensino podem ocorrer tanto nas definições dos
conteúdos a serem desenvolvidos quanto na natureza da organização do
trabalho pedagógico.
Hoje o desafio maior é “Como alfabetizar letrando”?
A palavra letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa Literacy “condição de ser letrado”.
Assim,
letramento é o estado ou a condição de quem responde adequadamente às
demandas sociais pelo uso amplo e diferenciado da leitura e da escrita.
De
acordo com Soares (2003), alfabetização e letramento são processos
distintos, de natureza essencialmente diferente, porém, são
interdependentes e indissociáveis, pois uma pessoa pode ser alfabetizada
e não ser letrada ou ser letrada e não ser alfabetizada.
Na
concepção atual, a alfabetização não precede o letramento, os dois
processos podem ser vistos como simultâneos, entendendo que no conceito
de alfabetização estaria compreendido o de letramento e vice-versa.
Isto
será possível se a alfabetização for entendida além da aprendizagem
grafofônica e que em letramento inclui-se a aprendizagem do sistema de
escrita. A conveniência da existência dos dois termos, que embora
designem processos interdependentes, indissociáveis e simultâneos, são
processos de natureza diferente, uma vez que envolve habilidades e
competências específicas, implicando, com isso, formas diferenciadas de
aprendizagem e em conseqüência, métodos e procedimentos diferenciados de
ensino.
Assim, a
participação das crianças em experiências variadas com leitura e
escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos e gêneros de
material, a habilidade de codificação e decodificação da língua escrita,
o conhecimento e reconhecimento dos processos de tradução da fala
sonora para a forma gráfica da escrita implica numa importante revisão
dos procedimentos e métodos para o ensino, uma vez que cada fase desse
processo exige procedimentos e métodos diferenciados, pois cada criança e
cada grupo de crianças necessitam de formas diferenciadas na ação
pedagógica.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo. 41ª ed.Cortez. 2001.
MORAIS
A. & Leite T. Como promover o desenvolvimento das habilidades de
reflexão fonológica dos alfabetizandos. MEC :UFPE/ CEEL 2005.
SOARES, Magda.Letramento e escolarização. São Paulo: Global, 2003.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
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Judite
Filgueiras Rodrigues - Coordenadora Pedagógica do IERB, Licenciada em
Ciências Físicas e Biológicas, Educação Física, Psicopedagoga, Mestre em
Educação e Doutoranda em Ciências do Movimento Humano pela MASTER/UTIC -
Universidade Tecnológica Intercontinental.
Fonte: Brasil Escola
Ampliação
do tempo de escolaridade de oito para nove anos impôs importantes
questionamentos sobre a prática de alfabetização. O que ensinar às
crianças de seis anos? Que conhecimentos essas crianças precisam
construir? Que habilidades precisam desenvolver? Que atividades realizar
na escola para que alcancem as habilidades desejadas?
Já
dizia Paulo Freire (2001) que aprender a ler e a escrever é aprender a
ler o mundo, compreender o seu contexto numa relação dinâmica vinculando
linguagem e realidade e ser alfabetizado é tornar-se capaz de usar a
leitura e a escrita como meio de tomar consciência da realidade e de
transformá-la.
Ao
longo dos anos a alfabetização tem sido alvo de inúmeras controvérsias
teóricas e metodológicas, exigindo que a escola e, os educadores se
posicionem em relação às mesmas, construindo suas práticas a partir do
que está sendo discutido no meio acadêmico e transposto para a sala de
aula a partir de suas reinterpretações e do que é possível e pertinente
ser feito.
Essas
mudanças nas práticas de ensino podem ocorrer tanto nas definições dos
conteúdos a serem desenvolvidos quanto na natureza da organização do
trabalho pedagógico.
Hoje o desafio maior é “Como alfabetizar letrando”?
A palavra letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa Literacy “condição de ser letrado”.
Assim,
letramento é o estado ou a condição de quem responde adequadamente às
demandas sociais pelo uso amplo e diferenciado da leitura e da escrita.
De
acordo com Soares (2003), alfabetização e letramento são processos
distintos, de natureza essencialmente diferente, porém, são
interdependentes e indissociáveis, pois uma pessoa pode ser alfabetizada
e não ser letrada ou ser letrada e não ser alfabetizada.
Na
concepção atual, a alfabetização não precede o letramento, os dois
processos podem ser vistos como simultâneos, entendendo que no conceito
de alfabetização estaria compreendido o de letramento e vice-versa.
Isto
será possível se a alfabetização for entendida além da aprendizagem
grafofônica e que em letramento inclui-se a aprendizagem do sistema de
escrita. A conveniência da existência dos dois termos, que embora
designem processos interdependentes, indissociáveis e simultâneos, são
processos de natureza diferente, uma vez que envolve habilidades e
competências específicas, implicando, com isso, formas diferenciadas de
aprendizagem e em conseqüência, métodos e procedimentos diferenciados de
ensino.
Assim, a
participação das crianças em experiências variadas com leitura e
escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos e gêneros de
material, a habilidade de codificação e decodificação da língua escrita,
o conhecimento e reconhecimento dos processos de tradução da fala
sonora para a forma gráfica da escrita implica numa importante revisão
dos procedimentos e métodos para o ensino, uma vez que cada fase desse
processo exige procedimentos e métodos diferenciados, pois cada criança e
cada grupo de crianças necessitam de formas diferenciadas na ação
pedagógica.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo. 41ª ed.Cortez. 2001.
MORAIS
A. & Leite T. Como promover o desenvolvimento das habilidades de
reflexão fonológica dos alfabetizandos. MEC :UFPE/ CEEL 2005.
SOARES, Magda.Letramento e escolarização. São Paulo: Global, 2003.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
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Judite
Filgueiras Rodrigues - Coordenadora Pedagógica do IERB, Licenciada em
Ciências Físicas e Biológicas, Educação Física, Psicopedagoga, Mestre em
Educação e Doutoranda em Ciências do Movimento Humano pela MASTER/UTIC -
Universidade Tecnológica Intercontinental.
Fonte: Brasil Escola
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