POR MARINA VIDIGAL
Conversar, perguntar, participar: este é o melhor caminho para escolher a escola de seu filho. Aproveite aqui as respostas para as questões mais freqüentes sobre este assunto
1 . Qual é a idade certa para pôr meu filho na escola?
Para preservar a saúde e o sono da
criança, o ideal seria ela ingressar na escola entre 1,5 e 2,5 anos. É
quando se tornam mais importantes ainda a interação com outras crianças,
a diversidade de experiências e as relações sociais. Mas se o pai e a
mãe trabalham fora, a antecipação desse prazo pode ser uma opção
estudada. A partir disso, a família deve checar as condições mínimas
para cuidar de um bebê: ambiente limpo, alimentação bem cuidada,
segurança em ordem e profissionais preparados.
2 . Na educação infantil, qual é a proporção ideal de crianças por adulto?
Considerando-se a faixa etária de 1 a 4
anos, o ideal são classes de no máximo 20 crianças, com um professor e
dois auxiliares. A partir dos 5 anos, elas já podem ter cerca de 25
alunos e ser conduzidas por um professor e um único auxiliar.
3 . Pelo mês de nascimento do meu filho, ele será o caçula ou o mais velho da turma. É melhor adiantá-lo ou atrasá-lo?
Em geral, é preferível atrasá-lo, para
evitar problemas depois. Há crianças que ficam com baixa auto-estima
(por se exigir mais do que podem oferecer); outras, por conviverem com
crianças mais velhas, despertam precocemente o interesse por assuntos
com os quais não têm maturidade para lidar (de sexualidade a consumismo
desenfreado).
4 . Quais são os principais métodos de ensino? Como escolher o melhor para meu filho?
Há quatro métodos que norteiam as
escolas, mas hoje é cada vez mais difícil encontrar uma que siga só um
deles. Por isso, para saber qual é a base pedagógica da escola, a dica é
conhecer, perguntar, observar e conversar sempre. Em teoria, no método
tradicional, o professor transmite as informações de maneira teórica e o
conteúdo é idêntico para todas as crianças. No construtivismo, o
aprendizado é construído pelo aluno. Por meio de vivências e
experiências, ele chega a conclusões e as compartilha com o orientador.
No método montessoriano, as crianças são identificadas pelas
habilidades. O professor media as tarefas, que são especialmente motoras
e sensoriais. Na Pedagogia Waldorf, a informação é apenas um
instrumento para a formação – e não uma finalidade.
5 . Se quero que meu filho fale bem inglês, devo colocá-lo em uma escola bilíngüe?
Em geral, é mais indicada para famílias
que convivem com mais de um idioma. A decisão varia ainda conforme a
idade da criança. Os adeptos das bilíngües defendem que quanto mais cedo
ela aprender a segunda língua melhor será o resultado e que, por
possibilitar aprendizado espontâneo, a escola é adequada para isso. Mas é
preciso avaliar se são transmitidos valores do país em que a criança
vive e se isso é prioridade para os pais.
6 . Como deve ser a rotina na escola para as crianças menores?
A rotina na educação infantil deve ser
lúdica e diversificada. Jogos, histórias, brincadeiras, experiências,
momentos livres, entre outras atividades, com foco no desenvolvimento do
pensamento lógico e matemático, da comunicação, da expressão (incluindo
linguagem oral, artística, escrita e musical) e do corpo, além de
permitir conhecimentos sobre a natureza e a sociedade. E o mais
importante: que seja previsto na rotina também momentos para a criança
escolher o que quer fazer.
7
. Em que idade meu filho deve começar a ler e escrever e qual é o
método mais comum de alfabetização? Qual é o papel da família?
Há dois métodos de alfabetização mais
comuns. O fônico adota cartilhas próprias para alfabetização e ensina a
criança a associar letras e fonemas, para depois formarem palavras. O
que segue o pensamento construtivista utiliza-se de textos “reais”
(livros, músicas, etc.), frases são examinadas e comparadas, até que os
futuros leitores façam deduções que os permitam discriminar palavras,
sílabas e letras. Algumas escolas mesclam os dois métodos e, também por
isso, não há como dizer se um é mais eficiente que o outro, pois o que
importa é a preparação e dedicação de quem ensina. Em geral, o processo
de aprender a ler e escrever completa-se entre os 5 e 6 anos e a família
tem um papel importante: continuar o incentivo à leitura, fazendo da
descoberta das palavras um prazer compartilhado.
8
. Quero colocar meu filho em uma escola em período integral, mas estou
reticente, pois ele não se alimenta sem a ajuda de um adulto. O que
fazer a respeito?
Mesmo que seu filho ainda não coma
sozinho, pode ser matriculado em uma escola integral. Muitas crianças
pedem a ajuda de um adulto justamente por saber que há alguém disponível
para servi-las. Porém, observando outras crianças e sendo incentivadas
pelos professores, elas certamente aprenderão a se alimentar por conta
própria.
9 . Como deve ser o espaço da escola? Grande e colorido?
Certamente não pode ter a cara de uma
casa adaptada. Deve ter espaço para correr e ser “de verdade”: a areia
ter cor de areia, a grama ser natural. É importante que se entenda que o
espaço físico da escola também é educativo, principalmente aos menores,
para os quais tudo é referência. Cada cantinho passa uma mensagem para a
criança, seja o banheiro ou a quadra, seja a limpeza ou a altura das
prateleiras. Em primeiro lugar, claro, deve ser um local seguro, em que a
criança consiga se virar bem sozinha, sem precisar de cuidados o tempo
inteiro. Também deve ter uma área iluminada, que permita desde um
gostoso banho de sol a uma bela sombra. Livros e brinquedos devem ficar
disponíveis, à altura da criança.
10 . Como deve ser o processo de adaptação de alunos novos em uma escola? E se a criança continuar chorando depois?
A adaptação deve ser tranqüila, se
possível com o aumento gradual do tempo de permanência na escola. Em
muitas delas, os pais ficam à vista dos filhos nos primeiros dias e aos
poucos vão se distanciando até deixar o ambiente escolar (nesse momento,
é importante despedir-se e nunca “fugir” da criança). Um dos
pontos-chave para pôr fim à adaptação, que pode levar dias ou semanas, é
a criação de um vínculo afetivo da criança com um adulto da escola. Mas
se esse dia custar a chegar e o choro persistir, é bom os pais
abreviarem as despedidas e mostrarem para os filhos que estão seguros e
confiantes em relação à novidade. Em último caso, verifique se o
incômodo é decorrente de fatores alheios à escola.
Especialistas
consultados: Anna Esther Cunio, psicóloga especializada em terapia
infantil; Daniella Avanzi Leonardi, coordenadora de Educação Infantil da
Escola Cidade Jardim/Play Pen; Emanuelle Santiago Dalri, coordenadora
pedagógica de Educação Infantil e 1º a 4º ano do Colégio Cenecista Elias
Moreira; Marcelo Cunha Bueno, coordenador pedagógico da Escola Estilo
de Aprender e colunista da CRESCER; Maria Cecilia M. Botelho, diretora
pedagógica da See-Saw/Panamby; Mônica Gimenes, coordenadora de Educação
Infantil do Colégio Augusto Laranja; Maria da Graça Souza Horn,
professora da UFRGS.
FONTE: CRESCER NOTÍCIAS
AS 10 GRANDES DÚVIDAS DOS PAIS SOBRE ESCOLAS
POR MARINA VIDIGAL
Conversar, perguntar, participar: este é o melhor caminho para escolher a escola de seu filho. Aproveite aqui as respostas para as questões mais freqüentes sobre este assunto
1 . Qual é a idade certa para pôr meu filho na escola?
Para preservar a saúde e o sono da
criança, o ideal seria ela ingressar na escola entre 1,5 e 2,5 anos. É
quando se tornam mais importantes ainda a interação com outras crianças,
a diversidade de experiências e as relações sociais. Mas se o pai e a
mãe trabalham fora, a antecipação desse prazo pode ser uma opção
estudada. A partir disso, a família deve checar as condições mínimas
para cuidar de um bebê: ambiente limpo, alimentação bem cuidada,
segurança em ordem e profissionais preparados.
2 . Na educação infantil, qual é a proporção ideal de crianças por adulto?
Considerando-se a faixa etária de 1 a 4
anos, o ideal são classes de no máximo 20 crianças, com um professor e
dois auxiliares. A partir dos 5 anos, elas já podem ter cerca de 25
alunos e ser conduzidas por um professor e um único auxiliar.
3 . Pelo mês de nascimento do meu filho, ele será o caçula ou o mais velho da turma. É melhor adiantá-lo ou atrasá-lo?
Em geral, é preferível atrasá-lo, para
evitar problemas depois. Há crianças que ficam com baixa auto-estima
(por se exigir mais do que podem oferecer); outras, por conviverem com
crianças mais velhas, despertam precocemente o interesse por assuntos
com os quais não têm maturidade para lidar (de sexualidade a consumismo
desenfreado).
4 . Quais são os principais métodos de ensino? Como escolher o melhor para meu filho?
Há quatro métodos que norteiam as
escolas, mas hoje é cada vez mais difícil encontrar uma que siga só um
deles. Por isso, para saber qual é a base pedagógica da escola, a dica é
conhecer, perguntar, observar e conversar sempre. Em teoria, no método
tradicional, o professor transmite as informações de maneira teórica e o
conteúdo é idêntico para todas as crianças. No construtivismo, o
aprendizado é construído pelo aluno. Por meio de vivências e
experiências, ele chega a conclusões e as compartilha com o orientador.
No método montessoriano, as crianças são identificadas pelas
habilidades. O professor media as tarefas, que são especialmente motoras
e sensoriais. Na Pedagogia Waldorf, a informação é apenas um
instrumento para a formação – e não uma finalidade.
5 . Se quero que meu filho fale bem inglês, devo colocá-lo em uma escola bilíngüe?
Em geral, é mais indicada para famílias
que convivem com mais de um idioma. A decisão varia ainda conforme a
idade da criança. Os adeptos das bilíngües defendem que quanto mais cedo
ela aprender a segunda língua melhor será o resultado e que, por
possibilitar aprendizado espontâneo, a escola é adequada para isso. Mas é
preciso avaliar se são transmitidos valores do país em que a criança
vive e se isso é prioridade para os pais.
6 . Como deve ser a rotina na escola para as crianças menores?
A rotina na educação infantil deve ser
lúdica e diversificada. Jogos, histórias, brincadeiras, experiências,
momentos livres, entre outras atividades, com foco no desenvolvimento do
pensamento lógico e matemático, da comunicação, da expressão (incluindo
linguagem oral, artística, escrita e musical) e do corpo, além de
permitir conhecimentos sobre a natureza e a sociedade. E o mais
importante: que seja previsto na rotina também momentos para a criança
escolher o que quer fazer.
7
. Em que idade meu filho deve começar a ler e escrever e qual é o
método mais comum de alfabetização? Qual é o papel da família?
Há dois métodos de alfabetização mais
comuns. O fônico adota cartilhas próprias para alfabetização e ensina a
criança a associar letras e fonemas, para depois formarem palavras. O
que segue o pensamento construtivista utiliza-se de textos “reais”
(livros, músicas, etc.), frases são examinadas e comparadas, até que os
futuros leitores façam deduções que os permitam discriminar palavras,
sílabas e letras. Algumas escolas mesclam os dois métodos e, também por
isso, não há como dizer se um é mais eficiente que o outro, pois o que
importa é a preparação e dedicação de quem ensina. Em geral, o processo
de aprender a ler e escrever completa-se entre os 5 e 6 anos e a família
tem um papel importante: continuar o incentivo à leitura, fazendo da
descoberta das palavras um prazer compartilhado.
8
. Quero colocar meu filho em uma escola em período integral, mas estou
reticente, pois ele não se alimenta sem a ajuda de um adulto. O que
fazer a respeito?
Mesmo que seu filho ainda não coma
sozinho, pode ser matriculado em uma escola integral. Muitas crianças
pedem a ajuda de um adulto justamente por saber que há alguém disponível
para servi-las. Porém, observando outras crianças e sendo incentivadas
pelos professores, elas certamente aprenderão a se alimentar por conta
própria.
9 . Como deve ser o espaço da escola? Grande e colorido?
Certamente não pode ter a cara de uma
casa adaptada. Deve ter espaço para correr e ser “de verdade”: a areia
ter cor de areia, a grama ser natural. É importante que se entenda que o
espaço físico da escola também é educativo, principalmente aos menores,
para os quais tudo é referência. Cada cantinho passa uma mensagem para a
criança, seja o banheiro ou a quadra, seja a limpeza ou a altura das
prateleiras. Em primeiro lugar, claro, deve ser um local seguro, em que a
criança consiga se virar bem sozinha, sem precisar de cuidados o tempo
inteiro. Também deve ter uma área iluminada, que permita desde um
gostoso banho de sol a uma bela sombra. Livros e brinquedos devem ficar
disponíveis, à altura da criança.
10 . Como deve ser o processo de adaptação de alunos novos em uma escola? E se a criança continuar chorando depois?
A adaptação deve ser tranqüila, se
possível com o aumento gradual do tempo de permanência na escola. Em
muitas delas, os pais ficam à vista dos filhos nos primeiros dias e aos
poucos vão se distanciando até deixar o ambiente escolar (nesse momento,
é importante despedir-se e nunca “fugir” da criança). Um dos
pontos-chave para pôr fim à adaptação, que pode levar dias ou semanas, é
a criação de um vínculo afetivo da criança com um adulto da escola. Mas
se esse dia custar a chegar e o choro persistir, é bom os pais
abreviarem as despedidas e mostrarem para os filhos que estão seguros e
confiantes em relação à novidade. Em último caso, verifique se o
incômodo é decorrente de fatores alheios à escola.
Especialistas
consultados: Anna Esther Cunio, psicóloga especializada em terapia
infantil; Daniella Avanzi Leonardi, coordenadora de Educação Infantil da
Escola Cidade Jardim/Play Pen; Emanuelle Santiago Dalri, coordenadora
pedagógica de Educação Infantil e 1º a 4º ano do Colégio Cenecista Elias
Moreira; Marcelo Cunha Bueno, coordenador pedagógico da Escola Estilo
de Aprender e colunista da CRESCER; Maria Cecilia M. Botelho, diretora
pedagógica da See-Saw/Panamby; Mônica Gimenes, coordenadora de Educação
Infantil do Colégio Augusto Laranja; Maria da Graça Souza Horn,
professora da UFRGS.
FONTE: CRESCER NOTÍCIAS
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